Rubens Oliveira Costa, apontado em investigação sobre fraudes contra aposentados, foi detido após contradições e ocultação de documentos durante depoimento
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou a prisão em flagrante do economista Rubens Oliveira Costa por crime de falso testemunho. A decisão ocorreu na madrugada desta terça-feira (23), após mais de sete horas de depoimento.
Costa, que havia começado a ser ouvido na tarde de segunda-feira (22), negou participação em fraudes contra aposentados e pensionistas e rejeitou vínculos societários com empresas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, preso em 12 de setembro.
Segundo Viana, o depoente apresentou contradições, omitiu informações e ocultou documentos relacionados ao esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários. “Diante das mentiras constatadas, das contradições flagrantes e da ocultação de documentos, está caracterizado o crime de falso testemunho”, declarou o senador, ao ordenar que a Polícia Legislativa conduzisse a prisão com garantias constitucionais e comunicação imediata ao Judiciário.
Rubens Oliveira Costa compareceu à CPMI amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora não tenha assinado o termo de compromisso para falar a verdade, ele respondeu a parte das perguntas, optando por permanecer em silêncio em outras. Seu nome figura entre os 21 investigados com pedido de prisão preventiva encaminhado pela comissão ao STF.
Para o presidente da CPMI, Costa preferiu não colaborar com a investigação. “O que o Brasil assistiu foi, mais uma vez, o silêncio de quem sabe como funcionou o maior esquema de roubo de aposentados do país”, afirmou Viana.