De acordo com a Marinha do Brasil, o nível do Rio Madeira está em 2,16 metros
Mesmo com o registro de chuvas isoladas, o Sul do Amazonas enfrenta novamente os impactos da estiagem. Em Manicoré, a vazante do Rio Madeira — um dos principais corredores de transporte da região Norte — já começa a alterar a rotina de quem depende da navegação fluvial.
A baixa no nível do rio tem dificultado o tráfego de embarcações, exigindo mais atenção dos comandantes. “Tem que redobrar a atenção, ir bem devagarzinho pra não topar em alguma coisa”, relata Matias Lima, prático e comandante de embarcação que atua na região.
De acordo com a Marinha do Brasil, o nível do Rio Madeira está em 2,16 metros, número superior à marca histórica registrada no mesmo período de 2024, quando o rio atingiu apenas 36 centímetros e a navegação precisou ser interrompida. Apesar da leve melhora, as autoridades alertam que o risco de encalhes e acidentes ainda é alto.
O capitão da Marinha Alessandro Freitas dos Santos explica que foi emitida uma portaria com recomendações técnicas para garantir a segurança das embarcações. “O documento estabelece medidas preventivas para evitar acidentes e preservar o meio ambiente”, destacou.
Para quem vive do transporte fluvial, o cenário ainda é desafiador. Cleiton Nascimento, gerente de embarcação, lembra que em 2024 precisou suspender as operações por conta da seca extrema. “Ano passado tivemos que parar. A seca foi muito forte, e caiu bastante o número de fretes. A produção era pouca, mas mesmo assim, a gente segurou: não aumentou nem passagem e nem frete”, contou.
O Rio Madeira é essencial para o escoamento da produção agrícola, o abastecimento de comunidades ribeirinhas e o transporte de passageiros na Amazônia. Com a estiagem cada vez mais intensa, o cuidado deve ser constante para garantir que o rio continue sendo uma rota vital de integração e sobrevivência para milhares de amazonenses.