Organização criminosa envolvida com fraudes contra a Caixa Econômica Federal é alvo de operação da PF

Foram cumpridas 23 medidas judiciais, além do bloqueio de bens de quase R$ 42 milhões

Uma rede de fraudes bancárias milionárias foi desarticulada nesta terça-feira (21/10) em uma operação que revelou o uso de documentos falsos, cadastros de biometria irregular e cartões clonados para desviar dinheiro de clientes da Caixa Econômica Federal (CEF). O grupo criminoso, com base em Santa Catarina, teria movimentado cerca de R$ 42 milhões em operações fraudulentas.

A ação, batizada de Operação Digitus Fraus, resultou no cumprimento de 12 mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Itajaí (SC), Camboriú (SC) e Balneário Camboriú (SC). Além das prisões, foram sequestrados 17 veículos, um imóvel e bloqueadas contas bancárias usadas para movimentar os valores ilícitos.

As investigações começaram após a prisão em flagrante de três suspeitos em Rio Grande (RS), pegos enquanto sacavam dinheiro de contas da Caixa com documentos falsos e cadastros de biometria adulterados. A partir daí, os agentes descobriram que os criminosos seguiam um modus operandi altamente organizado, comandado a partir do litoral catarinense.

De acordo com as apurações, o grupo utilizava dados reais de correntistas para fabricar identidades falsas, abrir contas e realizar saques indevidos. Outra estratégia envolvia o cancelamento de cartões por telefone, com solicitação de segunda via enviada a endereços controlados pela quadrilha. Assim, conseguiam acessar e transferir valores das vítimas sem levantar suspeitas imediatas.

As quantias desviadas eram lavadas por meio de “laranjas” e empresas de fachada, o que dificultava o rastreio dos recursos. O esquema tinha ramificações em diversos estados e operava com sofisticação tecnológica, incluindo manipulação de sistemas de autenticação biométrica.

As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Santa Maria (RS). Os suspeitos vão responder por organização criminosa, estelionato majorado, falsidade documental e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.

O montante bloqueado — cerca de R$ 42 milhões — deverá ser usado para ressarcir os prejuízos causados às vítimas. A operação continua em andamento, e novas prisões não estão descartadas.