Celebrado em todo o mundo desde a sua oficialização pela Organização das Nações Unidas (ONU) na década de 70, o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, é uma data simbólica da luta histórica de mulheres para terem condições equiparadas aos homens. No Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), elas são maioria, representando 56,1% de todos os servidores, sendo 155 colaboradoras distribuídas em 38 setores da autarquia. Reconhecidas, atuam na criação e construção da cidade, do cenário arquitetônico, de planejamento, de projetos, do licenciamento à fiscalização. Apesar das dificuldades de ser mulher no cotidiano, o grupo de colaboradoras do Implurb tem representatividade e ocupa ainda 46,8% das chefias, com 15 mulheres à frente do comando, de um total de 32 gerências e diretorias. A autarquia mostra um retrato mais fiel da representatividade de gênero da história do Implurb, encorajando mulheres a assumirem o nicho que quiserem, ocupando espaços com competência, responsabilidade e coragem.
Para se impor em um universo predominantemente masculino, a gerente de Engenharia do órgão, Marciléia Costa, diz que é necessário estar mais preparada para ser questionada do que colegas engenheiros homens, assim como expor mais resultados. “As mulheres precisam se capacitar constantemente e trabalhar muito mais para serem vistas por sua capacidade, principalmente, quando se trata de cargos de liderança”, destacou ela, que é engenheira de Segurança no Trabalho e está há cinco anos no Implurb. Marciléia acredita que a única forma de mudança é a educação, que contribui na esfera social e cultural, para que as futuras gerações de mulheres possam sonhar com suas carreiras e vislumbrar outros horizontes, além de papéis tradicionalmente atribuídos a elas. “Hoje temos mulheres atuando em várias áreas que nos inspiram e nos mostram que é possível crescer profissionalmente”. A engenheira acredita que, à medida que mais profissionais do sexo feminino conseguem ocupar mais cargos de liderança, são abertos mais caminhos para que outras mulheres sejam vistas como candidatas. “Ser mulher não é um critério limitador. Na carreira de engenharia, é preciso estudo, capacitação e abraçar oportunidades. A sociedade precisa de mulheres ocupando espaços, tomando decisões e promovendo mudanças para que cada vez mais outras possam ser e fazer aquilo que quiserem”.
Maria Aparecida Froz, conhecida como “Cidinha”, é chefe da Divisão de Controle (Dicon), atendendo na área de fiscalização de obras e posturas. Arquiteta e urbanista, especialista em Direito e Política Ambiental e Urbanismo, ela vai completar 32 anos de casa. “Sou superfeliz como mulher e com meu trabalho. Aproveitei cada oportunidade, com dedicação, para crescimento e tenho a certeza de poder contribuir com as requalificações urbanas em Manaus. Ser mulher é fazer o diferencial e a cada ação recebida diariamente no Implurb sei que estamos fazendo o melhor para a vida de todos, o que é maravilhoso”, ressaltou. A chefe da Dicon disse ser ainda mais especial sua missão por representar a classe feminina em uma área que tem maioria masculina. “Sou servidora pública e busco servir com sabedoria, profissionalismo e com amor. Quando a cidade cresce de forma ordenada, há toda uma diferença, e esse é o legado que buscamos, o exemplo. Não tenho palavras para descrever a minha realização. Posso dizer que, dentro de cada uma de nós, há uma grande profissional e em tudo que fazemos, em todos os campos da vida. E em todos os dias”.
A arquiteta e urbanista Jeane da Rocha, diretora de Operações do órgão, está na casa há 22 anos, desde a extinta Urbam, sempre na área técnica de licenciamento e controle de obras. “Todo esse trabalho não seria possível sem a contribuição de uma grande equipe, que conta maior parte dela com servidoras, servidoras mães, esposas, filhas, que conseguem vencer o dia a dia dividindo seu tempo”, disse. Como urbanista, Jeane da Rocha vê a cidade de Manaus pronta para crescer e amadurecer, principalmente quanto às questões de mobilidade e nos espaços públicos, começando com o olhar bem simples, que é a porta de saída da nossa casa. A visão feminina, por natureza, permite ligação entre diferentes atividades e espaços, conectando pessoas e lugares, com maior flexibilidade e conceito comunitário. “Com a ajuda do sexo feminino, o Implurb ganha poder para o desafio de executar resiliência em projetos para o uso coletivo, com sustentabilidade e funcionalidade, ao mesmo tempo que atua no controle e gestão urbana. E tudo com o apoio delas”, garantiu.
Simbolismo
Criado há 20 anos, substituindo a antiga Empresa Municipal de Urbanização (Urbam), o Implurb é uma autarquia de caráter técnico, responsável pela definição das diretrizes do crescimento da cidade, sua ordenação e ocupação do solo, o uso dos espaços públicos e do controle da legislação em vigor, como o Plano Diretor de Manaus. Eminentemente técnico, o órgão tem foco no bem-estar coletivo e na urbanidade. E o olhar feminino é preponderante no Implurb, que conta com 155 servidoras nos mais diversos postos, cargos e funções. Em 20 setores da autarquia elas também são maioria.
Para o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente, prestar homenagens à mulher é importante. “Temos que homenageá-la na forma de respeito ao seu trabalho, de respeito à sua valorização profissional, aos seus direitos femininos, de mãe, de esposa, na salvaguarda de sua segurança. E não só no dia 8, mas todos os dias. É respeitar o ser humano que ela representa”, comentou.